JULIANA CAVALCANTE: PESQUISADORA DO GEPDC É EMPOSSADA EM ACADEMIA LITERÁRIA

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Ocorreu na manhã do dia 26 de julho de 2023, na sede da Academia Cearense de Letras, o Palácio da Luz, a Sessão Solene de instalação da Seccional Fortaleza/CE, da Academia Mundial de Letras da Humanidade (AMLH), instituição de educação, cultura e preservação de valores, com representação em distintos países.
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Na ocasião, seis acadêmicos tomaram posse como membros efetivos, mediante entrega de diplomação pelo presidente da AMLH, Dr. Camilo Martins: Marco Antônio Praxedes de Moraes Filho, Gabriela Lima Barreto, Pio Barbosa Neto, Márcia Gomes Marinheiro Coelho, Almir Pereira Gadelha Filho e Juliana Rodrigues Barreto Cavalcante, pesquisadora que integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais (GEPDC) desde 2018.
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Durante a cerimônia, o jurista Roberto Victor Pereira Ribeiro recebeu o título de Doutor Honoris Causa, conferido pela AMLH, e os juristas Marco Antônio Praxedes de Moraes Filho e Francisco Humberto Cunha Filho foram homenageados na Sessão, sendo-lhes conferidos diplomas de “Magna Persona”. Ao final, houve o lançamento do livro “Teoria dos Direitos Culturais: Fundamentos e Finalidades”, de autoria do professor Francisco Humberto Cunha Filho.
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Ao receber sua diplomação, Juliana Rodrigues Barreto Cavalcante, proferiu um discurso sensível, com trechos que exprimiam alegria e também criticidade acerca de sua posição na Academia. Vale conferir a íntegra:
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(…) Bom dia a todas e todos!
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Eu agradeço pela apresentação e pelo acolhimento. O meu nome é Juliana Cavalcante, eu tenho 29 anos, e nasci em Fortaleza, capital do Ceará. Eu aprecio a leitura, a escrita, a fotografia e as pessoas que estão ao meu redor, e quem experiencia tudo isso, sabe o quanto é mágico.
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A fotografia, porque eterniza um momento que pode vir a sumir da nossa mente, que é tão frágil, e pode nos mostrar que o tempo corre, mas amadurece o nosso olhar para o agora.
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A leitura, porque ela nos acolhe amorosa e artisticamente, e nos faz perceber com generosidade até as coisas mais insignificantes para atribuir-lhes valor.
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A escrita, porque, como Manoel de Barros diz em “O apanhador de desperdícios”, uso as palavras para compor meus silêncios, ou seja, quando não temos o que dizer, desejamos escrever nossas impressões, nossas contemplações, e no caso, o autor não gostava das palavras fatigadas de meramente informar, e por isso precisava contemplar seus momentos de observação da natureza, da vida, e de toda a sua beleza. E as pessoas, porque eu vivo uma maneira engraçada de procurar pedacinhos dos outros em mim. Cada um que passa pela minha trajetória, deixa um pedaço de si e leva um pouco do que eu sou, de quem eu sou; e se juntar cada peça, me refaço por inteira. Fazer conexões, para mim, é relembrar-me quanto à minha própria sensibilidade, minha própria humanidade.
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Sobre o convite que recebi para compor a cadeira de número 04 da Academia Mundial de Letras da Humanidade-seccional fortaleza, eu gostaria de dizer que, a princípio, pensei que assumi-la seria uma arrogância de minha parte, primeiro porque em minha pequenez não me enxerguei como merecedora, e segundo porque, ao fazer uma análise crítica – pois tudo o que eu vivo, vivo criticamente- , seria apenas um modo exclusivista de reunir pessoas de dotado letramento e títulos acadêmicos.
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Pensei: esse é mesmo o meu lugar? Refleti. Estudei o Estatuto e conversei com alguns colegas. Por fim, entendi que a minha posição nessa academia é de ajudar pessoas, pois os membros criam oportunidades e desenvolvem projetos e ideias para difundir o conhecimento, a escrita, e a literatura. Sendo assim, assumir essa posição é contribuir com a comunidade a minha volta.
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Além disso, estamos em um prédio, a sede da Academia Cearense de Letras, que é a entidade literária máxima aqui no estado do Ceará, e atualmente, é reconhecida como um grande centro de pesquisa e cultura, abrigando outras entidades. Porém, um ambiente predominantemente composto por homens; e levou muito tempo para que uma mulher assumisse a presidência da Academia Cearense de Letras do Cerará, mais de 120 anos. E hoje, na instalação da nossa seccional da Academia Mundial de Letras da Humanidade, ou seja, logo em seu nascedouro, eu assumo com alegria, encanto, honra e agradecimento, esse lugar, além, é claro, de humildade, ao lado de duas colegas mulheres, que caminharão junto a mim e aos demais colegas, no intuito de construirmos um projeto de cunho social, que envolve sonhos e determinação.
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Muito obrigada a todas e todos. Ao professor Marco Praxedes especialmente, pelo gentil convite, e ao professor Humberto Cunha Filho, meu patrono. Obrigada.
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